Na Guiné-Bissau o primeiro ministro decidiu remodelar finalmente o governo(já prometido desde o processo eleitoral que levou à vitória de Malam Bacai Sanhá). O Primeiro ministro baralhou e voltou a dar as mesmas cartas com raras excepções. Mais uma oportunidade perdida de dotar o país de gente competente e com visão de futuro Como notas positivas, há a referir uma diminuição do número de ministérios, embora tenha aumentado o número de secretarias de estado e a entrada do Embaixador Adelino Mano Queta para a pasta dos Negócios Estrangeiros.
Em seguida faz-se uma análise sumária dos membros do governo.
1. Adiatu Djaló Nandigna - Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, da Comunicaçao Social e dos Assuntos Parlamentares (transita do do MNE);
Mulher de confiança do primeiro ministro, a quem deu um apoio importante tanto na sua eleição para o cargo de Presidente do PAIGC bem como para primeiro ministro, tendo sido " compensada" inicialmente com a pasta dos Negócios Estrangeiros. Mantém-se, assim, no núcleo duro de governação.
2. António Oscar Barbosa – Ministro da Energia e dos Recursos Naturais;
Outro homem de confiança e do núcleo duro do primeiro-ministro. Continua à frente de um ministério chave, responsável pelo dossier petróleo. A sociedade civil continua com pouca ou nenhuma informação sobre este dossier. Por outro lado, foi o ministro que mais envolvimento teve nos diversos "casos" politico-militares. Foi o responsável por apresentar explicações, pouco convincentes de resto, do processo que vitimou Hélder Proença e Baciro Dabó entre outros. Tem como desafios a orientação do processo de pesquisa e exploração petrolífera e a solução do problema crónico de energia que atrasa o nosso desenvolvimento.
3. Adja Satú Camará Pinto - Ministra do Interior
Histórica do PAIGC.Também deu um apoio importante ao primeiro ministro tanto na sua eleição para o cargo de Presidente do PAIGC como para primeiro ministro. Já exerceu diversos cargos no país. Faz parte da velha guarda. Ainda terá algo a dar, como ministra, para uma nova Guiné-Bissau que ser quer formar?
4. Luis Oliveira Sanca - Ministro da Administraçao territorial;
Histórico do PAIGC. Já exerceu diversos cargos no país. Faz parte da velha guarda. Ainda terá algo a dar, como ministro, para uma nova Guiné-Bissau que ser quer formar?
5. Aristides Ocante da Silva –Ministro da Defesa Nacional, dos Combatentes da Liberdade da Pátria (transita do ministério da Educaçao);
Pouco se viu da sua acção no Ministério da Educação, que continua a dar passos seguros para a tragédia final. Transita para um dos ministérios mais complicados na Guiné-Bissau,responsável pela sempre difícil relação com os militares. Tem a missão de implementar a tão falada reforma das forças armadas. Vai precisar de muita capacidade negocial e alguma sorte.
6. Artur Silva – Ministro da Educaçao Nacional, Cultura, Ciência, Juventude e Desportos (transita do Ministério da Defesa);
O Ministério da Educação Nacional continua a ser um parente pobre, para mal dos nossos pecados, da governação guineense. Os Ministros têm-se preocupado apenas com o pagamento do salário dos professores. O nível de ensino continua a deteriorar-se a olhos vistos. A turbulência tem sido a característica marcante. O currículo de ensino continua o mesmo de há vários anos. Deixou de se pensar a educação. Alguém voltou a ouvir falar do INDE, Editora Escolar, Escola 17 de Fevereiro, Tchico Té? Teimamos em não aproveitar gente com a qualidade de um Alexandre Furtado, Rambout Barcelos entre outros que percebem da questão. Espero ser surpreendido por este ministro, de quem nunca ouvi dizer que tivesse algum pensamento estruturado para a educação.
7. Botche Candé – Ministro do Comércio, Indústria, Turismo e Artesanato;
Não vou perder muito tempo na análise deste Ministro que o Primeiro-Ministro teima em ter num governo da Guiné-Bissau do século XXI.
Vou apenas referir-me à inexistência de um plano para a recuperação da indústria do nosso país. Vamos continuar a ser apenas um país de importadores. É garantido que não será com este ministro que teremos uma nova esperança para a elaboração de um plano de relançamento da nossa indústria moribunda. É pena, num país com quadros de elevada craveira que fizeram parte da Direcção Geral de Indústria e de várias empresas públicas que hoje em dia apenas olham à distância para o desenrolar das coisas.
8. Carlos Mussá Baldé – Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Transita do Ministério das Pescas);
Sem dados para a avaliação da capacidade política deste ministro num ministério que todos consideram importante para o desenvolvimento do país.
9. Adelino Mano Queta - Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades;
A grande surpresa deste governo ou talvez não.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros volta a ter alguém da área.
Trata-se de um embaixador de carreira que já ocupara este cargo num dos governos de Kumba Yalá.
Vamos ver se terá capacidade para dotar este ministério de uma atitude reformista e com capacidade para uma diplomacia económica num mundo em que os recursos são cada vez mais escassos.
10. Mamadú Saliu Djaló Pires – Ministro da Justiça
Mantém-se na pasta da justiça. Ficamos à espera da concretização das reformas previstas e que a justiça contribua para o combate à impunidade que tem caracterizado a Guiné-Bissau.
11. Maria Helena Nosolini Embaló – Ministra da Economia, Plano e da Integração Regional;
Também mantém-se no cargo. Será avaliada no final do mandato pelos resultados obtidos na estimulação do clima económico e no número de empresas com vontade em investir no país.
12. José Mário Vaz – Ministro das Financas;
Mantém-se no Ministério das Finanças. Tem sido elogiado interna e externamente, com as várias missões do FMI e do BM a darem nota positiva para a política deste ministério. Terá como desafios, a manutenção do rigor orçamental e das instituições sob sua tutela(nomeadamente as Alfândegas) e a realização de uma reforma fiscal que permita disciplinar o quadro fiscal Guineense.
13. José António Cruz da Almeida – Ministro das Infraestruturas;
Sem dados para a avaliação deste Ministro. Terá como desafios a recuperação de uma rede viária obsoleta e a construção de um conjunto de infraestruturas básicas que melhorem a qualidade de vida das populações.
14. Lurdes Vaz – Ministra da Mulher, Família, Coesão Social e luta contra a Pobreza;
Outro quadro do PAIGC que vai para um ministério com pouca ou nenhuma relevância política. O primeiro ministro deverá ser o principal responsável no combate à pobreza.
15 Camilo Simões Pereira – Ministro da Saúde
Mais um repetente no cargo.Tem uma tarefa hercúlea na elaboração e implementação de um programa de saúde que permita criar condições de acesso e tratamento das populações. A tarefa exige determinação nomeadamente na mudança de funcionamento dos hospitais e centros de saúde, na política do medicamento (inexistente até este momento), no acesso à saúde pelas populações mais longínquas e na dotação de meios técnicos e humanos para este sector. Terá capacidade?
16. Fernando Gomes – Ministro da Função Pública, Trabalho e da Modernização do Estado;
Também repetente no cargo. Tem uma pasta importante para um país que quer entra na senda do desenvolvimento e da modernização. Os resultados são escassos para já, mas continuaremos atentos.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Purga em Angola
Acabo de ler a 3ªa edição do Purga em Angola.
O encontro com uma realidade tantas vezes fruto de interpretações diversas e verdades escondidas.O passado era apresentado apenas pelo olho dos vencedores como ´
é costume.
O livro vem transmitir um pouco do outro lado da realidade. Um olhar distanciado e com rigor científico.
Um contributo positivo para o conhecimento de uma verdade que incómoda, mas que é necessário conhecer para a construção de uma Angola nova.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
De novo e sempre Guiné-Conakry!
Na Guiné-Conakry os militares atiraram a matar numa manifestação de civis que protestavam contra o facto do presidente golpista mostrar intenções de se candidatar às próximas eleições presidenciais.Dizem as últimas notícias que morreram 157 pessoas.
O filme é o do costume.O argumento...sempre mau.
Morre um presidente ditador que deixou um país com um potencial enorme na mais profunda miséria.
Um jovem "oficial" quase analfabeto aproveita a oportunidade e executa um golpe de estado já em preparação há anos. Promete liberdade, desenvolvimento e acima de tudo diz que não quer o poder.
O povo, cansado da miséria, dá vivas e sonha com um amanhã diferente.
A "comunidade internacional" assobia para o lado. Os países ricos não querem saber o que se passa num sítio chamado Conakry. Os países africanos estão prontos, como sempre de resto, com muito poucas excepções, para receber no seu seio mais um ditador. O sr Kadafi está sempre pronto para apoiar estas figuras.
Tudo muito bonito, até o dia em que o monstro decide mostrar a verdadeira face. A vontade de permanecer no poder e a utilização de todos os meios ao seu dispor, matando quem for preciso, para a concretização desse objectivo.
Depois vem a dita comunidade internacional condenar os actos e ameaçar com sanções que nunca dão em nada.
E o povo...esse continua no sofrimento do costume.
Triste sina.
Triste fado.
Até quando?
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Eleições presidenciais em Moçambique
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Amílcar Cabral 85 anos depois.
Na Guiné-Bissau comemorou-se, com muita chuva à mistura (esperando que limpe aquelas cabeças), os 85 anos de nascimento do fundador da nacionalidade Guineense e Cabo-Verdiana.
Voltou-se a lembrar o homem e mais uma vez uma ou outra palavra de circunstância. Voltei a ouvir falar do programa menor e maior. Enfim. Coisas de quem pouco leu e menos cumpriu o sonho de Cabral.
Só uma sugestão, e se esquecessem o nome do homem?Podia ser que assim ele tivesse algum descanso.
Saudações Camarada.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Tomada de posse de Bacai Sanhá- amanhã no Estádio 24 de Setembro
Quando uma pessoa pensa que as coisas caminham para a mudança, de preferência para melhor, eis que a realidade teima em mostrar-nos um flashback. Mais uma vez uma tomada de posse de um presidente da República não vai ser no parlamento, mas à boa maneira africana num Estádio.
Depois queixem-se da fraqueza das instituições.
PS: Já agora, os meus votos de felicidades para o novo presidente da República. E que chegue ao fim do mandato com paz e tranquilidade.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
O país onde o impossível acontece
Na Guiné-Bissau, após os assassinatos do Presidente da República e do Chefe de Estado Maior General das forças armadas, que continua em águas de bacalhau, eis que, apesar de não pronunciados pela justiça, os deputados implicados no caso pelos militares e pela "secreta", continuam a ser perseguidos (em plena missão católica-cúmulo da irresponsabilidade) pelas forças armadas. A seguir, vem o Procurador Geral denunciar e condenar o caso. Em que mundo é que esta gente vive? A noção do ridículo foi perdida de vez? Não há governo, não há assembleia. Nada existe.
A única coisa que ainda não percebi, é porque é que os militares não tomam logo conta do país, dando descanso a todos desta autêntica palhaçada sem graça nenhuma.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
A preparação de mais uma mesa redonda na Guiné-Bissau
Na Guiné-Bissau, andam a preparar uma nova mesa redonda internacional.
Lá continuamos no faz-de-conta do costume. O Governo pede a ajuda, o "Grupo internacional de contacto" promete ajudar na preparação dos documentos, o povo sonha e no fim bluff!! Ou há uma perturbação político-militar, ou pura e simplesmente o dinheiro não aparece.
Já dizia o outro, o povo tem o que merece.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
20 candidatos à presidência da Guiné-Bissau
Mais uma vez lá vai um magote concorrer às próximas eleições presidenciais na Guiné-Bissau. Há várias pessoas que continuam a gozar com a nossa cara.
Defendo há anos que os candidatos que não atinjam determinada percentagem de voto,deveriam devolver os dinheiros dados para a campanha.
Pode ser que assim pensem duas vezes antes de nos chatearem com as suas candidaturas fictícias.
Haja paciência.
Defendo há anos que os candidatos que não atinjam determinada percentagem de voto,deveriam devolver os dinheiros dados para a campanha.
Pode ser que assim pensem duas vezes antes de nos chatearem com as suas candidaturas fictícias.
Haja paciência.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Baciro dabó candidato á presidência da Guiné
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